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sábado, 1 de maio de 2010

Atentado em PJC ?


Nesta segunda feira dia 26 de abril, aconteceu um atentado contra o senador paraguaio Robert Acevedo, dizem que senador usa meios de comunicação como sua própria rádio para provocar os traficantes da região da fronteira (que não são poucos rs), o carro do senador foi altamente baleado por laranjas dos traficantes paraguaios (os laranjas eram brasileiros rs), por sorte, aliás, por um milagre conseguiu escapar vivo, sorte que seu motorista e seus guardas não tiveram, o mais curioso é que só fui saber do tal atentado depois de 1 dia por minha prima Silvana de Brasília-DF, sendo que o acontecido foi a poucas quadras de minha casa, nós estudantes de medicina ficamos mergulhados em um mundo tão didático e tão corrido ao mesmo tempo enlouquecedor, nem sei há quanto tempo faz que eu não assisto a rede globo, ter tempo para olhar notícias então pior ainda (Salve MSN néh Sil?), bueno, Desejo a todos da fronteira MUITA PAZ!!

domingo, 18 de abril de 2010

Reconhecimento !! Diplomas vão valer em todo Mercosul

O sistema Arcu-Sul prevê a criação e a implementação de um modelo de credenciamento dos cursos de graduação para o reconhecimento regional da qualidade acadêmica dos respectivos diplomas no Mercosul e estados associados. Na prática, isso significa que os países do bloco irão eleger algumas universidades e cursos, a partir de avaliações prévias, cujos diplomas passarão a valer automaticamente, sem a necessidade de revalidação posterior. O acordo foi criado em 30 de junho de 2008 e desde então vem tramitando nos países interessados.
A Argentina já assinou o acordo. No Brasil, apesar de ter tido parecer favorável da representação brasileira no Parla­mento do Mercosul, a matéria ainda precisa ser submetida, sob a forma de projetos de decretos legislativos, em comissões técnicas do Senado, para depois seguir para o plenário. Outra etapa a ser vencida é a aprovação pelos congressos do Para­guai, do Uruguai e demais países associados ao bloco.
As instituições credenciadas passarão a compor uma rede de universidades e periodicamente serão reavaliadas. O sistema de reconhecimento das instituições está sendo chamado de “acreditação Mercosul”, ou seja, uma avaliação da qualidade dos cursos para identificar se eles atendem a condições mínimas exigidas pelo bloco. Dessa forma, alunos paraguaios e argentinos que estudem no Brasil também poderão ter o diploma reconhecido.
A senadora Marisa Serrano (PSDB-MS), que foi relatora do acordo, diz que o sistema Arcu-Sul irá garantir a qualidade acadêmica dos cursos para o reconhecimento. “Não pode haver um curso no Paraguai e na Argentina que não tenha qualidade acadêmica no Brasil. A ideia é garantir que os países do Mercosul tenham reconhecida a qualidade dos cursos”, diz. O acordo só é válido para cursos de graduação e não beneficia alunos que cursam mestrado e doutorado no Paraguai.



Introdução...



Os brasiguaios ou brasilguaios são brasileiros (e seus descendentes) estabelecidos em território da República do Paraguai, em áreas fronteiriças com o Brasil, principalmente nas regiões chamadas Canindeyú e Alto Paraná, no sudeste do Paraguai. Estimados em 350 mil, são em sua maioria agricultores de origem alemã, italiana ou eslava, e falam o idioma português. O nome origina-se na junção das palavras "brasileiro" e "paraguaio".
No ano de 1943 não viviam mais do que 500 fazendeiros em todo o Paraguai. Entre 1950 e 1970 o percentual de brasileiros na população paraguaia permaneceu constante entre 3 e 4 por cento. A partir de 1970 começou a imigração maciça de brasileiros, a maioria do Estado do Paraná. O termo surgiu quando – com a construção da hidrelétrica de Itaipu – os agricultores que tiveram suas propriedades invadidas pelo espelho d'água da barragem receberam indenizações insuficientes para a compra de novas terras no Brasil. Optaram por deslocar-se ao vizinho Paraguai onde as terras eram cerca de 8 vezes mais baratas. Além disso, no ano de 1967, o governo paraguaio abolira uma lei que proibia a compra por estrangeiros de terras na faixa de 150 km de suas fronteiras. Um fator adicional a estimular a migração a partir do Paraná foi a crescente mecanização da produção de soja naquele Estado, que resultou na concentração de extensas áreas de plantio na posse de grandes empresas. Os pequenos agricultores brasileiros buscaram então as terras mais baratas do outro lado da fronteira.

sábado, 14 de novembro de 2009

Vício em internet é considerado problema psiquiátrico

Assim como algumas pessoas são viciadas em drogas, no jogo e no tabaco, outras são em passar horas na internet, fenômeno que um crescente grupo de especialistas dos Estados Unidos considera um problema psiquiátrico. O vício na rede já foi diagnosticado por alguns especialistas como uma dependência da internet, e estima-se que de 6% a 10% dos cerca de 189 milhões de internautas nos EUA sofram desse mal.

Também chamado de "compulsão à internet", esse vício é detectado no caso de comportamentos relacionados à internet que interfiram na vida normal de uma pessoa, causando stress agudo em sua família, em suas relações de amizade e no trabalho.
Uma pessoa que passa horas por dia em frente ao computador navegando pela internet, enviando e-mails, negociando ações, em salas de bate-papo ou jogando pode ser considerada um "ciberviciado" e, portanto, precisa de ajuda.
É o que consideram especialistas como a psiquiatra Hilarie Cash, cujo consultório, o Internet/Computer Addiction Services, na Universidade da Pensilvânia, é visitado por pacientes diagnosticados com a "internet-dependência".
Cash identificou como sintomas da "internet-dependência" a constante preocupação em "estar conectado", mentiras sobre o tempo que a pessoa passa navegando ou sobre o tipo de conteúdo visualizado, além de isolamento social, dor nas costas e aumento de peso. "Se o padrão de uso da internet interfere em sua vida ou tem impacto em suas relações de trabalho, de parentesco e de amizade, você deve estar com problemas", afirma outra especialista, Kimberly Young, uma das mais importantes pesquisadoras sobre as dependências em relação à internet.
Young é a fundadora do Center for Online Addiction, com sede em Bradford, Pensilvânia, onde funcionam grupos de apoio às "ciberviúvas", ou seja, esposas de viciados em relações amorosas, pornografia ou em apostas pela internet.
Na opinião de Young, os internautas que sofrem dessa dependência optam pelo prazer temporário em vez das relações íntimas e profundas.
Os doentes cibernéticos entram em um círculo vicioso, já que a perda de auto-estima cresce à medida que aumenta sua dependência em relação à internet, o que eleva sua necessidade de escapar da realidade e de se refugiar na rede. "A infidelidade via internet é o maior problema de que tratamos.
Mais de 50% de nossos clientes são indivíduos e casais que sofrem com as conseqüências disso", disse Young, autora do livro "Caught in the Net" ("Apanhado na Rede"), o primeiro a abordar o tema do "ciberadultério".
Outros tipos de dependências são as relacionadas com atividades interativas como o "bate-papo", a mensagem instantânea e os video games, assim como os sites de apostas, leilões e compras. Para Cash, os viciados em internet tendem a ter outros problemas psiquiátricos, como depressão e ansiedade, ou a enfrentar relações familiares problemáticas.
Esse panorama confirma o resultado de pesquisas citadas por psiquiatras especializados na "internet-dependência", que revelam que mais de 50% dos viciados em internet também são dependentes de drogas, álcool, tabaco e sexo.
Nos EUA, a "compulsão à internet" é tratada por um crescente número de centros médicos especializados, entre eles os da Universidade de Maryland, em College Park, e o Computer Addiction Study Center, do Hospital McLean, em Belmont, Massachusetts.
No entanto, alguns psiquiatras são céticos e dizem que o uso abusivo da internet deve ser classificado como dependência "legítima", já que não tem os mesmos efeitos negativos na família ou na saúde que dependências propriamente reconhecidas, como o alcoolismo.
"A internet é um meio de comunicação. Não é como a heroína, que isola a pessoa e a torna dependente", disse a psicóloga Sherry Turkle, autora do livro "Life on the Screen: Identity in the Age of the Internet", um dos guias dos que consideram que não há nada de mau na atual febre cibernética.

Especialista recomenda cuidados com a saúde durante o calor


As recentes temperaturas elevadas e a baixa umidade relativa do ar exigem alguns cuidados para manter a saúde em dia

Ricardo Tardelli, coordenador estadual de Saúde, faz algumas recomendações, como substituir frituras por alimentos assados, assim como o sorvete de massa por picolé --especialmente de frutas.

Na hora de dormir, o local deve ser arejado e umedecido. Toalhas molhadas ou reservatórios com água nos quartos podem ser usados nos casos em que a pessoa não tiver um umidificador. Banhos muito quentes devem ser evitados, pois provocam o ressecamento da pele, lembrando sempre de se manter hidratado e usar protetor solar, diz Tardelli.

Esta é a Fábia, o que foi que ela andou fumando hein!?

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Blecaute no Brasil repercute na imprensa internacional

The New York Times e CNN noticiaram a queda de energia que atingiu o país

O apagão que atingiu pelo menos dez Estados e o Distrito Federal na noite desta terça-feira repercutiu na imprensa internacional. O jornal americano The New York Times e a rede de televisão CNN noticiaram a queda de energia elétrica. Fotos do Rio de Janeiro às escuras também foram publicadas pela agência de notícia Associated Press.


O The New York Times disse que as fontes oficiais do país não tinham comentado o caso, mas que a imprensa nacional noticiava que o problema seria uma falha na usina hidrelétrica de Itaipu. A CNN disse que em algumas regiões do Rio de Janeiro e São Paulo a luz havia voltado, mas com menor potência.

O apagão atingiu os Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Bahia e Pernambuco, além do Distrito Federal.


quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Especialistas esperam que H1N1 leve a vacina gripal universal

A pandemia da gripe H1N1 deveria estimular a pesquisa farmacêutica a renovar seus esforços a fim de desenvolver uma vacina universal contra a gripe e repensar formas de lidar com futuras pandemias, afirmaram cientistas nesta sexta-feira, 2.

Especialistas em gripe da Organização Mundial da Saúde (OMS), da gigante farmacêutica suíça Novartis AG e do Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos, entre outros, ressaltaram que o surgimento do H1N1 ensejou um salto no potencial de produção de vacinas, indo de 400 milhões de doses para 900 milhões.
Numa carta à revista Science, no entanto, eles exortaram as indústrias farmacêutica e da saúde a serem mais proativas no desenvolvimento e na distribuição de vacinas - e especialmente em acelerar a busca por uma vacina universal contra a gripe.
"Embora a pandemia de H1N1 tenha o potencial para causar uma emergência social e econômica, ela também oferece uma oportunidade para repensar nossa estratégia com relação à doença do vírus influenza e para desenvolver vacinas mais eficazes e soluções economicamente sustentáveis aos países desenvolvidos e em desenvolvimento," escreveram eles. "A pesquisa para o desenvolvimento de uma vacina universal deveria ser acelerada."
Os cientistas e a indústria farmacêutica até agora não conseguiram chegar a uma vacina universal contra a gripe, que combateria todas as cepas do vírus.
A Inovio Biomedical Corp, que trabalhando em uma vacina universal, disse esta semana que espera evidências preliminares no início do ano que vem para saber se a tecnologia que está usando pode ajudar a combater a doença.
A Johnson & Johnson, a empresa mais diversificada do mundo na área da saúde, recentemente adquiriu participação na empresa de biotecnologia holandesa Crucell em parte para obter o flu-mAb, um anticorpo universal desenvolvido por engenharia genética para evitar e tratar infecções das diversas cepas de influenza A.
O surto de gripe suína foi declarado pandemia em junho e já infectou milhões de pessoas ao redor do mundo. Fabricantes de remédios e governos esforçam-se para produzir e fornecer as vacinas contra a nova cepa H1N1 antes da temida chegada de uma segunda onda da infecção às vésperas do início do inverno no Hemisfério Norte.

Proteína coloca vírus da Aids na coleira

Uma proteína presente nas células humanas leva ao pé da letra a ideia de domar o vírus HIV, temido causador da Aids.

Ela é capaz de se transformar numa coleira molecular, que acorrenta o vírus e impede que ele inicie a invasão de outras células do organismo.

Pesquisadores americanos acabam de decifrar como esse processo acontece, em artigo na revista científica "Cell". O grupo coordenado por Paul D. Bieniasz, do Centro Aaron Diamond de Pesquisa sobre Aids (EUA), descobriu até como criar uma forma sintética da "coleirina" (tradução livre do inglês "tetherin"), que funciona tão bem quanto ela.
Embora, pelo visto, o HIV já seja capaz de se safar da coleira proteica, o entendimento dos detalhes do mecanismo pode trazer pistas para fortalecer esse sistema de correntes e, quem sabe, fazer com que ele volte a ser eficaz. E o achado não é relevante apenas para o estudo da Aids: muitos outros vírus, como o Ebola e os causadores da gripe, também parecem ser suscetíveis à "coleirina".
"Nas células onde a "coleirina" está funcionando bem, esperaríamos que a replicação viral ficasse atenuada. Não sabemos a que ponto isso afetaria a carga de vírus no organismo ou a transmissão para outros indivíduos, mas é razoável imaginar que um desses parâmetros, ou ambos, seriam reduzidos", disse Bieniasz à Folha.
Os pesquisadores chegaram à "coleirina" seguindo a pista de outro tipo de molécula, os interferons do tipo 1, que parecem coordenar, entre outras coisas, parte das reações do sistema de defesa do organismo contra vírus. Já se sabia que a "coleirina" era ativada pelos interferons, e que ela era capaz de diminuir a saída de partículas virais (grosso modo, os vírus "individuais") das células já infectadas pelo HIV. Também se sabia que a Vpu, uma proteína do vírus da Aids, tem como função desarmar a molécula.
Com essas informações, os pesquisadores passaram a estudar a composição química da molécula, bem como o papel dela na célula. Verificaram, então, que a "coleirina" costuma ficar atravessada na membrana que envolve as células, com um ganchinho espichado para fora. E conseguiram testar o que acontece quando o HIV, sem a proteção da Vpu, tenta sair de uma célula infectada.

Âncora

A "coleirina" se incorpora ao envelope protetor do vírus e vira uma espécie de âncora na membrana da célula. Preso, o parasita não alcança outras células. "O vírus escapa disso normalmente. Com o escape bloqueado, vimos do que ele escapava", diz o biólogo Atila Iamarino, doutorando da USP que estuda a evolução do HIV.
Para o médico Luís Fernando Brígido, diretor do laboratório de retrovírus do Instituto Adolfo Lutz, o trabalho é um primeiro passo importante para usar o sistema da "coleirina" como um alvo de novos medicamentos contra o vírus da Aids.
"Eles mostraram que uma forma sintética dela seria mais eficaz contra o HIV, mas seria complicado induzir uma alteração da proteína dentro da célula. Por outro lado, inibir a Vpu, que permite ao vírus escapar, seria um caminho", afirma.
Ele chama a atenção para outro ponto importante: a "coleirina" age sobre o envelope do vírus, que é produzido com material da própria célula. "É como uma barraca de praia que o vírus compra e leva." Como é mais difícil para o HIV modificar o material que vem da célula com mutações, a chance de resistência a drogas baseadas nesse conceito seria menor.

Maus hábitos em casa podem levar a intoxicação alimentar.


Eles estão por toda parte: nas carnes, nos ovos, nos peixes e até nas folhas daquela insuspeita saladinha

Geralmente, não causam problemas, mas, quando a higiene não ajuda, os micro-organismos patogênicos proliferam-se na comida e provocam um grande estrago: náuseas, vômitos, diarreia e a sensação de que nada para no estômago são sintomas bem conhecidos por quem já teve um episódio de intoxicação alimentar --quase todo mundo.


Segundo a Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, mais de 117 mil brasileiros adoeceram e 64 morreram entre 1999 e agosto de 2008 por esse motivo.
Esses números, no entanto, estão subestimados, já que, entre outras razões, os sintomas de uma doença provocada por água ou alimentos costumam ser passageiros e, em cerca de 60% dos casos, não levam o doente a procurar um médico.
Nos Estados Unidos, onde o registro dessas doenças é muito mais amplo e eficiente, os CDC (Centros de Controle e Prevenção de Doenças) estimam que 76 milhões de pessoas sofram um episódio a cada ano.
Os alimentos não são estéreis, ou seja, contêm micro-organismos --mas isso não precisa ser um problema. "Só quando as bactérias patogênicas estão presentes e lhes damos a chance de se reproduzirem é que podem causar doenças", afirma Maria Teresa Destro, professora do Departamento de Alimentos e Nutrição Experimental da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP.
Temperatura inadequada e tempo de exposição a ela são os principais desencadeantes. "Mas existem alimentos com maior risco e pessoas mais suscetíveis", afirma Destro.
Nos Estados Unidos, uma entidade de defesa do consumidor baseou-se em dados recentes dos CDCs, da FDA (agência que regula fármacos e alimentos) e de universidades para apontar os maiores vilões da alimentação segura --por limitações técnicas, carne de boi e de frango, que estão entre eles, não entraram nesse ranking. Folhas verdes, ovos, atum, ostras, batata, queijo, sorvetes, tomate, couve-flor e frutas vermelhas, nessa ordem, foram os campeões de problemas.
No Brasil, onde a notificação dos surtos --episódio em que duas ou mais pessoas apresentam doença semelhante após ingerirem alimentos ou água da mesma origem- é compulsória, um terço deles não tem o veículo identificado.
Entre os demais, os ovos crus ou malcozidos ocupam o topo da lista do ministério --foram responsáveis por 22,8% dos 3.984 surtos de origem conhecida no período--, seguidos de alimentos mistos (como lasanha e estrogonofe, 16,8%), carnes vermelhas (11,7%), sobremesas (10,9%), água (8,8%) e leite e derivados (7,1%).
Para a professora da USP, o fato de os ovos ocuparem o topo do ranking não significa que eles estejam muito contaminados. "Como todos sabem que frango e ovo podem estar contaminados, quando ocorre um surto que afeta muita gente, a pesquisa do alimento é mais rápida e é mais fácil de apontar o culpado. O ovo é a "vítima", diz.
Segundo ela, é difícil apontar os alimentos mais problemáticos porque os dados disponíveis no Brasil são esparsos. Ela se lembra, no entanto, do queijo-de-minas tipo frescal. "Ele é nota dez para contaminação devido à falta de higiene, desde a ordenha da vaca até o processamento. A contaminação por coliformes fecais é grande e, muitas vezes, a pasteurização não consegue evitá-la", diz.
Ao contrário do que ocorre nos Estados Unidos, onde o consumo de hambúrguer é elevado e a população tem preferência por carnes de espessura mais grossa -que não cozinham por inteiro-, a carne moída não chega a ser motivo de preocupação por aqui.
Já o frango, temido pela contaminação por salmonela, tornou-se nos últimos anos um alimento mais seguro. Para Destro, a razão pode estar em um maior rigor na importação das aves, que chegam menos contaminadas ao país, e ao aumento dos cuidados na manipulação e na conservação do alimento. Isso se reflete também nos ovos. "Já fizemos várias pesquisas de salmonela em ovos e nunca conseguimos isolar uma", diz Destro.
Na opinião da professora, pescados e frutos do mar --que, por serem muito perecíveis, são apontados como ingredientes fáceis de provocar doenças- não aparecem entre os alimentos mais perigosos porque a coleta de dados não é sistematizada. "Isso leva a um desvio", afirma.



Travessa suja

Segundo o levantamento do ministério, as residências são o principal local de contaminação (45,2%), seguidas por restaurantes (19,7%), instituições de ensino (10,7%) e refeitórios (7,4%). A comida vendida por ambulantes responde por apenas 0,5% dos surtos.
"O problema ocorre mais em casa e também nos quilos, em que não se limpa a travessa e se coloca a nova comida por cima", afirma Maria Bernadete de Paula Eduardo, responsável pela Divisão de Doenças Transmitidas por Água e Alimentos do Centro de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado da Saúde.
A refeição que estragou um feriado da advogada carioca Janaína Pinheiro Rufilo, 32, não foi feita em um desses locais, mas em um restaurante de uma rede internacional.
Durante uma viagem a São Paulo, Janaína foi parar no hospital. "Jantei uma salada com camarão e de madrugada tive vômitos, diarreia, meus lábios ficaram roxos, comecei a tremer. Acabei na emergência do hospital", recorda-se ela, que teve que atrasar o retorno para casa em cinco dias, período em que ficou internada. Apesar de tudo, Janaína não excluiu o camarão da dieta.
A analista de compras Carolina Pimentel, 32, também sofreu depois de comer em um restaurante --de "junk food", comida porcaria, como ela define. "Comi costeletas de porco com muito "sour cream" [creme azedo], o que provavelmente gerou o problema. Tive enjoo, diarreia, muita dor abdominal e de cabeça e vomitei várias vezes. Fiquei muito debilitada, mas não fui ao médico", conta.
Para José Luiz Pereira, professor de microbiologia de alimentos da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), excetuando-se os industrializados --que passam por rigoroso controle interno de qualidade--, todo alimento manipulado está sujeito a riscos.
"A contaminação ocorre por falta de conhecimento sobre como manipular e refrigerar os alimentos. Guardam comida pronta por mais tempo do que deveriam, deixam-na à temperatura ambiente. Em geral, o alimento deve ser consumido em no máximo 24 horas, isso quando refrigerado", afirma.
Em sua opinião, os de origem animal são os principais responsáveis por doenças porque têm que ser preservados em baixas temperaturas. "Os frutos do mar são muito delicados. O cozimento mata os micro-organismos, mas algumas substâncias tóxicas produzidas por eles são termorresistentes."
Segundo Paulo Olzon, clínico-geral da Universidade Federal de São Paulo, quando os sintomas aparecem, o indicado é consumir alimentos que não agravam os sintomas. "Se tomar remédio para prender o intestino, a recuperação demorará mais", diz.
É preciso ficar atento a sinais de desidratação, como tontura, cansaço e sede -nesse caso, deve-se ir a um hospital. A febre também deve ser avaliada.